Pastejo rotacionado melhora produção leiteira
Publicada em: 30 de outubro de 2012 - 20h46 Por: Departamento de Jornalismo - ASCOM
Os produtores de leite em Cantagalo estão entusiasmados com uma nova técnica que está sendo implantada na zona rural do município: o pastejo rotacionado, cujo objetivo é melhorar a produção de leite, criando o gado em menor espaço de terra. O sistema foi apresentado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Rio das Ostras e Emater – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural no Estado a dezenas de
produtores da localidade.
O “Dia de Campo” foi realizado na segunda propriedade que recebeu o sistema de pastejo rotacionado gratuitamente. Até o final do ano, mais 13 áreas de criadores de gado leiteiro receberão o sistema sem
qualquer custo. Isso porque a Prefeitura de Rio das Ostras firmou uma parceria com a Emater para fortalecer o projeto Mais Leite, fazendo que a produtividade aumente em Cantagalo.
Se o produtor tivesse que arcar com os custos de implantação do sistema em uma área pequena, gastaria uma média de R$ 8 mil. O dado foi também apresentado durante o Dia de Campo, que contou com a
presença do secretário de Agricultura, Ivan Noé Antunes, do diretor do Departamento de Agropecuária, Fernando Ledo, representantes da Emater e assentados rurais.
Rodrigo Guimarães, médico veterinário da Prefeitura, explica que entre os benefícios do pastejo rotacionado estão o aumento da produtividade e a redução no desperdício de alimento para o gado.
PASTEJO ROTACIONADO – O sistema de pastejo rotacionado consiste na delimitação com piquetes e cerca elétrica de uma pequena área da propriedade. Ali, os animais são criados como num sistema de rodízio:
mudam de local diariamente, fazendo com que o capim que os alimenta ganhe tempo para se recuperar antes do próximo pastejo. As áreas recebem ainda adubação, irrigação e manutenção, além da assistência
técnica permanente.
O pastejo rotacionado é uma alternativa sustentável à pastagem tradicional, ou seja, em uma grande área da propriedade. Com ele é possível diminuir a cobertura vegetal e evitar a compactação e degradação do solo, uma vez que a pastagem é subdividida em vários piquetes.
Dono da segunda área de Cantagalo a receber o sistema, Gilson dos Santos Silva tem 12 cabeças de gado que cria no assentamento presidente Lula. Com a novidade implantada em seu sítio, o objetivo é ampliar para até 30 animais. “Essa parceria nos ajuda muito, pois além de recebermos assistência técnica, conseguimos criar uma maior quantidade de gado em um espaço menor, melhoramos a produção e, consequentemente, aumentamos nossa renda família”, disse o produtor.
RESULTADOS – Leandro Barcellos é um caso de sucesso entre os produtores que criam gado de leite. Seu sítio foi o primeiro a receber o pastejo rotacionado, ainda como projeto experimental da Secretaria de Agricultura de Rio das Ostras. Ele conta que no início tinha 20 vacas que pastavam em 12 hectares – toda a propriedade. Atualmente, 26
animais vivem apenas na área dos piquetes, equivalente a 1,6 hectares. De acordo com o produtor, antes do pastejo rotacionado, a média de produção diária de leite de suas vacas era de 80 litros. Atualmente
retira uma média de 350 litros por dia. “Não quero trabalhar com outra coisa”, ressaltou Leandro.