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Professores produzem materiais adaptados para Educação Inclusiva

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    Professores preparam materiais individualizados para cada aluno da Educação Inclusiva.
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    Educadores elaboram materiais para estimular alunos da Educação Inclusiva.
Publicada em: 13 de Maio de 2021 - 12h58 Por: Departamento de Jornalismo - ASCOM
Professores preparam materiais individualizados para cada aluno da Educação Inclusiva. Foto: Divulgação
Educadores elaboram materiais para estimular alunos da Educação Inclusiva. Foto: Divulgação

Cumprindo o que determina o artigo 208 da Constituição Federal, a Coordenação da Educação Inclusiva da Rede Municipal de Rio das Ostras orienta aos gestores para que a equipe pedagógica de cada unidade escolar produza materiais que adaptem o conteúdo trabalhado para os alunos com deficiência. Assim, para garantir a aprendizagem significativa, as equipes pedagógicas não têm medido esforços na confecção e entrega dos kits com materiais específicos para cada aluno.

Seguindo todos os protocolos de biossegurança para evitar a propagação da Covid-19, a equipe da Escola Municipal Padre José Dilson Dórea entrega os kits da Educação Especial/Inclusiva junto aos kits de gêneros alimentícios aos pais e responsáveis. De acordo com as gestoras Maria de Lourdes e Gabriela Lima, a partir das indicações médicas e de laudos que trazem para a escola e das interações, a equipe desenvolve propostas pedagógicas para cada um dos alunos da Educação Inclusiva.

“São diversos tipos de necessidades especiais como deficiência física, deficiência intelectual de diferentes níveis, alunos com Transtorno do Espectro Autista – TEA também de diferentes níveis, do mais severo ao mais leve, deficiência auditiva, entre outros laudos, e para cada aluno há um olhar diferenciado sobre o trabalho pedagógico. Precisamos olhar individualmente todos os alunos, não só os da Educação Inclusiva. Mas, especificamente, com os alunos da inclusão, precisamos ter o contato direto com a família para tratar das necessidades pedagógicas”, explicou Gabriela Lima.

Confeccionado pela equipe pedagógica da unidade escolar, todo o material é lúdico, colorido e plastificado e tem o objetivo de desenvolver diferentes habilidades nas crianças ao estimular a concentração, coordenação, cálculo matemático e construção de texto. “Direcionamos às crianças com todo carinho e cuidado para que estejam produzindo e estudando dentro de casa. Estamos aprimorando cada vez mais. À medida que buscamos informações com as famílias sobre as especificidades dessas crianças, vamos construindo um material que atenda mais às necessidades, principalmente nesse momento de pandemia e de ensino remoto. Os professores da sala de aula regular também participam do desenvolvimento desse trabalho”, completou a gestora.

A Escola Municipal João Bento Duarte Neto também tem distribuído kits de materiais específicos aos alunos da Educação Especial/ Inclusiva. De acordo com a gestora Cleia Caldeira, a equipe pedagógica dá prosseguimento ao trabalho já iniciado anteriormente. Depois da análise do inventário de habilidades dos alunos, preenchido em entrevistas com os responsáveis, confeccionaram o material fornecido pela Sala de Recursos Multifuncionais em 2021.

“As quatro primeiras semanas foram totalmente voltadas para o diálogo com as famílias, o acolhimento em um início de ano letivo tão carregado de dúvidas e medo. Um a um, todos os responsáveis foram ouvidos, a maioria deles de forma presencial, seguindo todos os protocolos de segurança”, contou Cleia Caldeira.

Segundo a gestora, os alunos em fase inicial de alfabetização receberam pranchas para relacionar a figura com sua letra inicial, alfabeto móvel e atividade para montagem do primeiro nome e identificação da letra inicial do nome, jogo de encaixe com número e estrelas para quantificação. Para os alunos já alfabetizados, foram produzidos o jogo da memória das rimas, dominó da soma e dominó da multiplicação. Já os estudantes com comprometimento motor ganharam chocalho com tampinhas e garrafa de amaciante, pau de chuva feito com lata de batata, arroz e papel laminado, e uma caixa sensorial com diversas texturas.

Assim como nas outras unidades escolares, a idealização e a produção do material é um trabalho em conjunto da equipe pedagógica. “Semanalmente, os profissionais envolvidos se reúnem virtualmente e trocam informações, definindo as futuras produções. Mensalmente, eles se encontram de forma presencial, com todos os cuidados para evitar o contágio pela Covid-19, e assim finalizam a produção”, afirmou a gestora.

PALAVRA DE ESPECIALISTA – Em entrevista à revista Nova Escola, ainda em maio de 2005, uma das maiores defensoras da Educação Inclusiva no Brasil, a professora Maria Teresa Mantoan, disse que “a escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade”.

ATENDIMENTO EDUCACIONAL – Segundo o secretário de Educação de Rio das Ostras, Maurício Henriques, o atendimento educacional especializado é norteado pela política nacional de Educação Especial/Inclusiva. Esse atendimento ocorre, em polos, nas escolas em que estão as Salas de Recursos Multifuncionais e deve acontecer também em cada sala de aula sob a tutela do professor regente em parceria da equipe pedagógica da unidade.

“Os alunos público-alvo da Educação Especial/Inclusiva em Rio das Ostras têm garantida a educação de qualidade e o atendimento educacional especializado, como determina a Lei. Mais importante é que as equipes pedagógicas tenham esse olhar apurado para as necessidades especiais dos alunos e trabalhem em parceria com os educadores de sala de aula para verificar quais são e como ultrapassar as barreiras que impedem a aprendizagem de cada um deles. Juntos, escolhem formas de trabalho adequadas para que nossas crianças e jovens consigam avançar na sua aprendizagem e participar plenamente da sociedade”, destacou o secretário.

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